Você já sentiu uma dor nas costas que “desce” para a perna ou até o pé? Isso pode ser um sinal de hérnia de disco, uma das principais causas da lombociatalgia – nome técnico para a dor lombar com irradiação para o membro inferior, também conhecida como a famosa “dor no ciático“.
O que é a hérnia de disco?
Entre as vértebras da coluna vertebral, existem estruturas chamadas discos intervertebrais. Eles funcionam como “amortecedores”, permitindo mobilidade e protegendo os ossos contra impactos.
A hérnia de disco ocorre quando esse disco sofre umdesgaste ou lesão e parte de seu conteúdo interno (o núcleo pulposo) extravasa através de sua camada externa (o ânulo fibroso), podendo pressionar as raízes nervosas que saem da coluna em direção às pernas. Essa compressão é oque gera a dor irradiada ao longo do trajeto do nervo ciático — uma dor que pode ser intensa, limitante e difícil de controlar nos casos mais graves.
Quem tem mais risco de desenvolver hérnia de disco?
A hérnia de disco é mais comum entre os 30 e 50 anos de idade, sendo que até 2% da população é afetada por esse problema em algum momento da vida. Entre os fatores de risco estão:
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- Predisposição genética
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- Má postura
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- Desidratação dos discos (comum com o envelhecimento)
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- Sobrepeso
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- Movimentos bruscos ou levantamento de peso inadequado
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- Sedentarismo ou fraqueza muscular
Em muitos casos, a dor começa após um esforço físico, como levantar algo pesado ou um movimento inadequado da coluna.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hérnia de disco é, na maioria das vezes, clínico. Isso quer dizer que o médico pode identificar o problema com base na história do paciente, sintomas e exame físico.
O reumatologista é um especialista capacitado para avaliar dores musculoesqueléticas, como a lombociatalgia, diferenciando-a de outras causas de dor nas costas — como doenças inflamatórias, autoimunes, artrose ou problemas mais graves.
Exames de imagem, como a ressonância magnética, só são solicitados quando:
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- Há suspeita de outras causas (como tumores ou infecções)
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- Há sinais de lesão neurológica grave (como perda de força ou sensibilidade)
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- O paciente não melhora com o tratamento clínico inicial
- O paciente não melhora com o tratamento clínico inicial
Nesses casos, o exame ajuda a planejar possíveis tratamentos intervencionistas ou até cirúrgicos.
Tratamento: na maioria dos casos, não é cirúrgico!
Felizmente, cerca de 85% a 90% dos pacientes com hérnia de disco se recuperam com tratamento clínico conservador, que inclui:
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- Medicações para dor e inflamação
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- Relaxantes musculares
- Relaxantes musculares
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- Repouso relativo nos primeiros dias (evitando esforços)
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- Fisioterapia para reabilitação e reeducação postural
Nesse processo, o acompanhamento com um reumatologista é fundamental para monitorar a evolução da dor, ajustar medicações e indicar o momento ideal para o início da fisioterapia ou outras abordagens complementares. O especialista também avalia se há necessidade de investigação adicional ou encaminhamento para outras áreas, como ortopedia ou neurocirurgia.
É importante lembrar que, nessa fase inicial, exercícios físicos intensos não são recomendados, pois podem piorar os sintomas.
E quando é necessário operar?
Apenas cerca de 5% a 10% dos pacientes com hérnia de disco evoluem para tratamentos intervencionistas (como infiltrações) ou cirúrgicos. Isso costuma acontecer quando:
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- A dor persiste por mais de 6 a 8 semanas, mesmo com tratamento adequado
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- Há perda de força nos membros
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- Há sinais de compressão nervosa grave
- Há sinais de compressão nervosa grave
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- Há prejuízo importante da qualidade de vida
Nesses casos, o reumatologista tem um papel essencial em orientar o paciente, discutir as opções de tratamento com clareza e encaminhar, quando necessário, para procedimentos específicos com outros especialistas.
As técnicas cirúrgicas modernas são cada vez mais seguras e minimamente invasivas, com boa taxa de sucesso e recuperação rápida.
E depois que a dor melhora?
Após a melhora dos sintomas, o paciente pode retomar, aos poucos, suas atividades habituais — inclusive exercícios físicos. A atividade física supervisionada e o fortalecimento muscular da região lombar são essenciais para prevenir novos episódios de dor no futuro.
O reumatologista pode acompanhar esse retorno gradual às atividades, garantindo que não haja recaídas e orientando sobre ergonomia, exercícios ideais e estratégias de prevenção.
Conclusão
Se você tem sofrido com dores nas costas que irradiam para a perna, não ignore: pode ser uma hérnia de disco. O acompanhamento com um médico reumatologista é fundamental para um diagnóstico preciso, alívio da dor e prevenção de complicações.
A boa notícia é que a maioria dos pacientes melhora sem cirurgia, com o tratamento certo e um bom acompanhamento. Cuide da sua coluna com orientação especializada — sua saúde agradece!